sábado, 16 de junho de 2012


Boa noite! Hoje estivemos no campus da PUC-RJ para participar do Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável. O evento foi iniciado no último dia 11 (segunda-feira) e tratou das mais relevantes questões ambientais que se mantém em foco. Hoje, sexta-feira (15), o foco da discussão foi a economia verde e a reavaliação dos modelos sociais e econômicos em que vivemos. A discussão foi iniciada com a presença de entidades de todo o mundo e com diferentes pontos de vista sobre o tema.

O debate foi dividido em duas partes principais referentes à economia verde, sendo elas:

·         Economia Verde: ajudando ou freando o desenvolvimento?
·         Economia Verde: novos indicadores de progresso.

A ideia de uma economia verde tem provocado uma discussão em torno da influência desta: se implica na desaceleração do crescimento ou se é um fator de crescimento. Foi ponderado na discussão o fato de que certos padrões podem limitar o crescimento através da imposição de custos adicionais sobre a atividade econômica em padrões ambientais mais altos e os impostos de carbono. No entanto, também podem facilitar o crescimento através da abertura de novos mercados e o incentivo a novas tecnologias. A partir de tal conceito, algumas questões foram levantadas:

-Existem oportunidades renováveis realmente novas ou os recursos dos governos estão destinados a outras questões?

-A disparidade entre hemisfério Norte e Sul, devido ao modo como a economia se desenvolveu no hemisfério norte, faz com que as questões ambientais freiem o desenvolvimento do sul?

A partir de pontos de vista de membros da academia, política e sociedade mundial levantaram-se aspectos socioambientais, considerados os mais relevantes e de maior emergência. A mentalidade do sistema socioeconômico em que vivemos foi apontada como um dos principais fatores de degradação, uma vez que se incentiva a um consumo desnecessário e a necessidade da população por novos produtos que fazem com que o tratamento de resíduos seja cada vez mais complicado, devido à imensa variedade de materiais. Logo, não se trata de investir mais ou menos dinheiro em políticas sustentáveis, mas sim de mudar o modo como encaramos o ambiente, de forma que a visão econômica não seja a majoritária, impedindo que os danos sejam quantificados e avaliados a partir de um valor material (preço). Essa mudança de conduta faria com que em momentos de crise os países não se afastassem de políticas sustentáveis e isto é permitido pela Economia Verde uma vez que respeita os limites de recursos do planeta.

Segundo a academia, há um fenômeno preocupante ocorrendo nos países desenvolvidos em crise, no qual a ciência vem sendo posta em questionamento por corporações que vão na contramão do desenvolvimento sustentável, alegando que tais políticas freiam o desenvolvimento nacional, o que é controverso, segundo eles, já que estes países em desenvolvimento (BRIC) enfrentam graves problemas de tráfego nas grandes cidades e mesmo assim tem-se o incentivo à compra de automóveis por meio dos governos. A teoria foi desmentida pelos presentes que evidenciaram que o desenvolvimento de um país está diretamente relacionado com sua sustentabilidade ambiental, social e econômica, estando os três setores diretamente relacionados.

Por fim, os membros do fórum deixaram como principais sugestões à Cúpula dos Povos a criação de uma entidade internacional responsável pela regulamentação, manutenção e preservação do planeta, com o objetivo de integrar governantes em uma tarefa que transponde os territórios nacionais e por isso, mais do que nunca, se trata de um problema global complexo que exige medidas complexas de forma a integrar políticas públicas em diferentes escalas e fortalecer e dar respaldo às evidencias científicas de modo que estas sejam realmente compreendidas pela sociedade civil e possam ser postas em prática.
Os debates foram encerrados com a mensagem de que prosperidade consiste em viver bem respeitando as limitações ecológicas de um planeta finito.

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