Boa noite! Hoje estivemos no campus da PUC-RJ para
participar do Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável.
O evento foi iniciado no último dia 11 (segunda-feira) e tratou das mais
relevantes questões ambientais que se mantém em foco. Hoje, sexta-feira (15), o
foco da discussão foi a economia verde e a reavaliação dos modelos sociais e
econômicos em que vivemos. A discussão foi iniciada com a presença de entidades
de todo o mundo e com diferentes pontos de vista sobre o tema.
O debate foi dividido em duas partes principais referentes à
economia verde, sendo elas:
·
Economia Verde: ajudando ou freando o
desenvolvimento?
·
Economia Verde: novos indicadores de progresso.
A ideia de uma economia verde tem provocado uma discussão em
torno da influência desta: se implica na desaceleração do crescimento ou se é
um fator de crescimento. Foi ponderado na discussão o fato de que certos
padrões podem limitar o crescimento através da imposição de custos adicionais
sobre a atividade econômica em padrões ambientais mais altos e os impostos de
carbono. No entanto, também podem facilitar o crescimento através da abertura
de novos mercados e o incentivo a novas tecnologias. A partir de tal conceito,
algumas questões foram levantadas:
-Existem oportunidades renováveis realmente novas ou os recursos
dos governos estão destinados a outras questões?
-A disparidade entre hemisfério Norte e Sul, devido ao modo
como a economia se desenvolveu no hemisfério norte, faz com que as questões
ambientais freiem o desenvolvimento do sul?
A partir de pontos de vista de membros da academia, política
e sociedade mundial levantaram-se aspectos socioambientais, considerados os
mais relevantes e de maior emergência. A mentalidade do sistema socioeconômico
em que vivemos foi apontada como um dos principais fatores de degradação, uma
vez que se incentiva a um consumo desnecessário e a necessidade da população
por novos produtos que fazem com que o tratamento de resíduos seja cada vez
mais complicado, devido à imensa variedade de materiais. Logo, não se trata de
investir mais ou menos dinheiro em políticas sustentáveis, mas sim de mudar o
modo como encaramos o ambiente, de forma que a visão econômica não seja a
majoritária, impedindo que os danos sejam quantificados e avaliados a partir de
um valor material (preço). Essa mudança de conduta faria com que em momentos de
crise os países não se afastassem de políticas sustentáveis e isto é permitido
pela Economia Verde uma vez que respeita os limites de recursos do planeta.
Segundo a academia, há um fenômeno preocupante ocorrendo nos
países desenvolvidos em crise, no qual a ciência vem sendo posta em
questionamento por corporações que vão na contramão do desenvolvimento
sustentável, alegando que tais políticas freiam o desenvolvimento nacional, o
que é controverso, segundo eles, já que estes países em desenvolvimento (BRIC)
enfrentam graves problemas de tráfego nas grandes cidades e mesmo assim tem-se
o incentivo à compra de automóveis por meio dos governos. A teoria foi
desmentida pelos presentes que evidenciaram que o desenvolvimento de um país
está diretamente relacionado com sua sustentabilidade ambiental, social e
econômica, estando os três setores diretamente relacionados.
Por fim, os membros do fórum deixaram como principais
sugestões à Cúpula dos Povos a criação de uma entidade internacional
responsável pela regulamentação, manutenção e preservação do planeta, com o
objetivo de integrar governantes em uma tarefa que transponde os territórios
nacionais e por isso, mais do que nunca, se trata de um problema global
complexo que exige medidas complexas de forma a integrar políticas públicas em
diferentes escalas e fortalecer e dar respaldo às evidencias científicas de
modo que estas sejam realmente compreendidas pela sociedade civil e possam ser
postas em prática.
Os debates foram encerrados com a mensagem de que
prosperidade consiste em viver bem respeitando as limitações ecológicas de um
planeta finito.
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